Eu já publiquei em um post que não me considero Ciclista mas sim Cicloativista.

E a razão para tal é muito simples: da forma como interpreto os termos, ciclistas é a pessoa que pratica o cilcismo como esporte; é o atleta que conhece e pratica as técnicas do ciclismo e sobretudo se dedica à competições, pois creio que a competição é inerente ao esporte. Não havendo competição é hobby ou algo do genero!

Já a idéia do cicloativismo surgiu junto com o desejo de oferecer algo para a cidade onde vivo, mais especificamente o desejo de oferecer uma solução para caos do transito, caos este que sou obrigado diariamente a enfrentar.

Há muito tempo que perdi a fé, a confiança e a esperança na maior parte do poder público e de seus representantes, principalmente naqueles que ocupam cargos no executivo e legislativo, uma vez que até onde consigo ver maioria deles legisla e administra a coisa pública em proveito prórpio.

Depois de muito me indignar e reclamar cheguei a conclusão de que queria e deveria fazer alguma coisa para transformar a realidade que tanto me perturba. Foi então que encontrei o Pedala Manaus e decidi me unir ao Grupo, para participar das atividades e somar forças.

Do modo como eu vejo as coias, a bicicleta é a única alternativa viável ao transporte individual, seja por não ser um veículo poluente e prejudicial ao meio-ambiente, seja pela economia financeira que a substituição de um carro por um bicicleta pode represntar no orçamento de uma família. Isso sem mencionar os benefícios que o exercício físico proporciona ao praticante.

Assim, em uma cidade onde o tráfego (ou quase total impossíblidade de trafegar) de veículos automotores é hoje um dos maiores problemas ao bem estar geral, penso que o ato de pedalar, ainda que por mero lazer é em si um ato de cidadania, uma forma silenciosa e pacífica de o cidadão demonstrar sua indignação e oferecer aos representantes poder público a solução que estes por obrigação auto-impostas (pois se candidataram e foram eleitos para tal) deveria estar oferecendo ao cidadão.

da forma como eu vejo as coisas deveriam os representantes do poder público ter criado ciclovias, oferecido subsidios para aquisição de bicicletas e educado os condutores a respeitar ciclistas e pedestres, eis aí um motivo pelo qual vejo no ato de pedalar um ato de cidadania, uma vez que o cidadão toma para si uma responsabilidade e iniciativa que deveriam ser do poder público.

Mas tal inércia por parte do poder público é uma característica cultural de um país que já nasceu errado, tendo passando 300 como simples fornecedor de matéria prima e quando se tornou metrópole isso só ocorreu porque Dom João veio para cá fugindo de Napoleão e depois por mais que desejasse se viu obrigado a retornar à Portugal, mas antes levou todo o dinheiro do Brasil, que ao declarar sua independência já nascia falido.

A omissão do poder público também é reflexo de um Estado que já nasceu corrupto, criado à base de um golpes de estado praticado por meio dúzia de militares sem honra, caráter ou escrúpulos que derrubaram um governante legítimo, sim pois Dom Pedro era um Monarca Constitucionalmente coroado.

E tudo isso para chegar-mos até hoje, depois de mais de 100 anos de roubalheira e corrupção onde ora madaram os “coronéis” e ora mandaram os generais.

E a onde isso nos trouxe ao Brasil que conhecemos, que esperava ver o operário salvar a pátria com a ajuda de um partido de trabalhadores e viu este partido se transformar no partido de prostitutas (e que me perdoem as prostitutas, pois estas só enganam o cliente quando fingem prazer e muitas vezes nem estão fingindo).

Mas é bom ver que ainda pessoas que se indignam e que se dispõem a colocar sua segurança física em risco para fazer aquilo que deveria ser feito pelo poder público, mas que este jamais o fará dada a sua natureza equivalente à de um zumbi, um morto-vivo que se nutre de seus próprios escrementos.

Sim pedalar é um ato de cidadania e não tenho dúvidas de que hoje só o cidadão e a sociedade civil organizada têm poder para tranformar a relidade que lhes é imposta, desde o nascimento !