No último sábado, dia 04 de agosto, o Movimento Pedala Manaus mobilizou integrantes de todos os grupos de ciclismo da cidade para mais uma pedalada. Tudo estaria perfeito, senão pelo fato que levou a esse encontro. A motivação foi uma perda irreparável que, certamente, marca e muda a vida de, pelo menos, duas famílias e deixa aterrorizados centenas de ciclistas.

 A persistência é o menor caminho do êxito

Charles Chaplin

No dia 01, quarta-feira, Francisco David Falcão, de apenas 20 anos, voltava de uma Igreja, onde trabalhava, pedalando do lado direito da via, conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), quando foi atropelado e morto por um ônibus na Avenida Max Teixeira, na Cidade Nova. Este brutal acidente foi o que motivou o movimento ciclista de Manaus a se mobilizar e reivindicar, pacificamente, investimentos do poder público em educação de trânsito e na infraestrutura da cidade que incluam a bicicleta como um modal já presente em nossa realidade, porém ainda ignorado.

O grupo de cerca de 100 ciclistas se reuniu no parque dos Bilhares às 17 horas e pedalou até o local do acidente e no local instalou uma “Ghost Bike”, que é uma bicicleta branca colocada em destaque onde um ciclista foi morto por um veículo motorizado e representa uma ação mundial de homenagem e protesto entre os ciclistas. Este ato, é ao mesmo tempo um memorial,  um recado e um lembrete a toda a sociedade da necessidade de cuidado e respeito com os ciclistas.

Durante a manifestação, o trânsito foi fechado para que os motoristas pudessem, literalmente, ver os ciclistas e assim alertá-los para a necessidade de cuidado para com as bicicletas que carregam uma vida e por isso se tornam muito valiosas. Os ciclistas não querem atrapalhar o trânsito, querem o uso compartilhado das vias públicas, que como o próprio nome já indica, são públicas, portanto são PARA TODOS.

A bicicleta, veículo de propulsão humana, é facilmente “apagada” do trânsito, mas é uma realidade já estabelecida e uma das alternativas para a crise mundial da mobilidade urbana, portanto, merece espaço adequado para trafegar. Não se pede favor, se exige EDUCAÇÃO, SEGURANÇA e RESPEITO. Pede-se do poder público investimentos na EDUCAÇÃO DE MOTORISTAS e melhorias para transformar Manaus em uma CIDADE PARA PESSOAS e não para carros e ônibus. Pede-se da sociedade civil RESPEITO, CONSCIENTIZAÇÃO, HARMONIA e CIVILIDADE.

Veja a repercussão na mídia:

Veja as fotos da manifestação:

Crédito das fotos: Ricardo Romero e Cláudia Valente.