Grupo de cilistas de Manaus – Pedal Amazonas – desbrava a BR-319 até a entrada de acesso ao município de Autazes/AM em busca de aventura e o desenvolvimento do turismo através da bicicleta – isso é Cicloturismo!

No amanhecer do dia 19/08/2012, esperávamos mais de 30 ciclistas no porto da Ceasa, entretanto, somente 12 apareceram. Após alguns minutos, fretamos uma lancha para nos levar da Ceasa até o Porto do Careiro. Foram apenas 15 minutos de travessia. Desembarcamos com as bikes e começamos a nos preparar, as 07h30min para enfrentar os quase 60 km de asfalto, barro e muito sol. Mas com um pedido de proteção divina e aos protetores solares, começamos a nossa agradável jornada.

Logo nos três primeiros quilômetros, a estrada estava em manutenção, devido aos estragos causados pela grande cheia deste ano. Mas o restante da BR-319 era só asfalto e retas de sumir a vista. O trânsito de veículos era pouco, devido às demoradas chegadas e saídas das balsas, o que nos dava certa tranquilidade.
Para pedalar, a estrada tinha boa visibilidade, sem ladeiras, com poucas curvas e muitas belezas naturais como: rios, igarapés, lagos com muitas garças, jaçanãs, biguás, gaviões e peixes. Além das fazendas e sítios com bois, cavalos, ovelhas, carneiros, galinhas e patos. Vimos também, uma cobra e um jacaré-tinga atropelados ao longo da estrada, o que nos fez redobrar os cuidados com os automóveis.

Isso, sem contar com a aproximação dos desconfiados búfalos a beira da estrada, prontos para nos fazer acelerar mais rápido do que os ciclistas do Tour de France.

Ao longo do percurso, paramos várias vezes, ora para registramos a viagem através de fotos, ora para contemplar as belezas das paisagens. No caminho, haviam dois postos de combustível que serviram de apoio e descanso, um no km 1 e outro no km 23. No final da nossa rota, 26 km depois eis que surge desafiadoramente a AM-254, eram mais 94 km até a balsa que nos levaria até a Autazes e de lá até Nova Olinda do Norte. Mas isso será outra aventura.

No retorno, nosso maior desafio foi vencer o astro rei, já eram mais de dez horas da manhã e estávamos travando uma batalha contra o calor. Mais 16 km depois, eis que surge um refrescante igarapé com sua natural corrente de “hidromassagem”. Foram 20 minutos de descanso, hidratação e alimentação com as bananas e maçãs levadas e os cajus e goiabas “emprestados da mãe natureza”.

Ao chegar aos últimos três quilômetros do retorno tivemos que descer e empurrar as “magrelas” devido aos tratores na pista. Era impossível pedalar sobre a terra fofa e revoltada de areia e barro, mas chegamos seguros e salvos ao porto dos catraieiros, eram pouco mais das doze horas do dia para a viagem de volta até a Ceasa e da lá para o nosso lar.

“Se a nossa proposta de cicloturismo der certo, faremos outras viagens para os municípios amazonenses com acesso por terra, através das nossas várias e desconhecidas estradas. Se o carro não chegar… nossas bicicletas chegarão!