Projeto chega a Manaus propondo diálogos conceituais com a realidade local através da experimentação em artes integradas.

A Expedição Ciclos, uma ação de caráter artístico-educacional voltada para a pesquisa, registro, experimentação e difusão da arte e cultura e amazônicas, finalmente chega a Manaus. A senda, um núcleo de criação coletiva independente, associado ao Instituto Cultural Amazônia Brasil, o ICAB, é formado pelas produtoras culturais Narjara Oliveira e Gabriela Lacerda, pelo fotógrafo Diogo Vianna, pelo video-maker Kauê Lima, pelo cineasta Eduardo Souza e pelo escritor Pedro Vianna. O grupo está percorrendo as capitais da Amazônia, com o objetivo de estabelecer diálogos através de exposições, performances, vídeos, intervenções urbanas, leituras e outras formas de expressão em artes integradas. Está programada para a etapa de Manaus a Exposição Ciclos, do fotógrafo amazonense Diogo Vianna; a III Mostra de Cinema da Amazônia, do ICAB; as intervenções urbanas A Amazônia é minha, do artista plástico PP Condurú e do poeta Pedro Vianna; Ver-o-Peso, do cineasta paraense Eduardo Souza; e o lançamento da Revista PZZ e do livro Sementes da Revolta. Todas as atividades são gratuitas e visam a transversalidade e circulação da produção de arte independente na Amazônia, assim como o mapeamento de pontos produtores de cultura na Região Norte do Brasil.

Em sua primeira etapa, o projeto levou a Exposição Ciclos, do fotógrafo Diogo Vianna, para a Galeria Theodoro Braga, em Belém. O material foi produzido ao longo de 1 ano de pesquisa na região metropolitana de Belém, e no interior do Estado do Pará. A ação contou com uma programação paralela com seção especial de cinema, no Cine Líbero Luxardo, seguida de debate; com o projeto Atrito: um laboratório de criação coletiva no espaço da Galeria Theodoro Braga, que teve participação de vários artistas. Entre eles Alexandre Cerqueira, artista visual; Renato Torres, músico e escritor; João Cirilo, artista visual; Leo Chermont, músico e produtor do Casarão Cultural Floresta Sonora; Tom Salazar, compositor e guitarrista; Ulisses Parente, fotógrafo e artista-visual; o ator e performer Netto Dugon; e o músico e escritor Pedro Vianna.

As parcerias com os governos do Pará e Amapá, e o apoio institucional da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, do Instituto Cultural Amazônia Brasil e do Circuito Fora do Eixo, tornaram possível reunir um núcleo de criação e produção, que levou, na segunda etapa do projeto, diversas ações culturais para o estado do Amapá. A equipe passou 15 dias desenvolvendo um trabalho onde a fotografia digital, o vídeo-arte, a música, a poesia, e a intervenção urbana foram às linguagens escolhidas para dialogar com a realidade local. No dia 15 de fevereiro aconteceu o venissage da exposição Ciclos no Museu Histórico Joaquim Caetano, em Macapá. A montagem da segunda edição da mostra contou com 13 fotografias, realizadas no Pará e Amapá, e dois vídeos-arte. Também rolou uma intervenção musical do duo de música experimental Tem Deck?, formado pelos músicos amapaenses Otto Ramos & Pepeu Ramos. Na noite de 16 de fevereiro aconteceu a intervenção urbana em vídeo digital Ciclos, no Mercado Cetral de Macapá. Em parceria com o Instituto Cultural Amazônia Brasil, a Expedição Ciclos, realizou no dia 17 um recorte da III Mostra de Cinema da Amazônia em Macapá, apresentando várias produções amazônidas. Através de parceria com o Coletivo Palafita, foi realizada uma noite de encerramento de atividades na Casa Fora do Eixo em Macapá. O evento teve a apresentação do Tatamirô Grupo de Poesia, com o espetáculo “Embriagai-vos!”; Eureka e Captta, com a performance “João Cheroso e João do Céu” e Grupo Boca Miúda, com uma molecada declamando e cantando.

Para Manaus a expectativa também é grande. Através das parcerias com a Revista PZZ; com o Circuito Fora do Eixo; com os coletivos: Difusão (Manaus) e Palafita (Macapá); com a 2ª Mostra Internacional de Videodança na Amazônia; e com o 1º Fórum de Bicicletas de Manaus, a Expedição parte de Belém com o intuito de estabelecer relações pautadas no diálogo com a realidade local através de mostras e experimentações em artes integradas, tendo como foco a cultura digital.