Os transportes ativos foram os grandes vencedores da oitava edição do desafio intermodal

 

Durante a semana da mobilidade urbana realizada no período de 16 à 22 de setembro, o Movimento Pedala Manaus realizou pelo oitavo ano consecutivo o Desafio Intermodal, cujo objetivo é medir a eficiência dos meios transportes que estão disponíveis à  população, bem como, com os resultados finais, traçar um panorama da cena urbana no que diz respeito à existência e eficiência das políticas públicas voltadas à mobilidade urbana.

 

Como nos anos anteriores, a vencedora do Desafio 2017 foi a bicicleta (ela ganhou em sete edições) e os resultados provam mais uma vez que, levando em consideração os critérios de custo, tempo e emissão de poluentes, os transportes ativos saíram na frente, ocupando as oito primeiras colocações.

 

O desafio deste ano teve um número recorde de 17 modais participantes não sendo surpresa a constatação da eficiência dos meios movidos à propulsão humana, como bicicleta, pedestrianismo, corrida e patins, do mesmo modo que não causou surpresa os resultados negativos dos meios de transportes individuais, como carro particular.

 

Os participantes que utilizaram o transporte coletivo, seja convencional, articulado ou executivo sofreram com a falta de regularidade, com o congestionamento e com o preço da tarifa. O menos afetado foi quem utilizou o ônibus articulado na faixa exclusiva, pois no critério tempo chegou à frente de outros modais, demonstrando que a ideia de uma pista dedicada para seu trânsito é eficaz, mas precisa ser melhorada e replanejada para ser eficiente.

 

O veículo de transporte individual, representado no desafio pelo automóvel particular, pelo táxi e, neste ano também, pelo UBER, além do alto custo, mostraram mais uma vez sua incapacidade em vencer o caos do trânsito, ocupando as últimas colocações no resultado final.

 

Um modal que a cada ano melhora sua performance é o pedestrianismo, demonstrando que a cidade está cada vez mais lenta. Quem foi a pé mostrou que esta modalidade é eficiente em curtas distâncias. O pedestre correndo chegou à frente dos automóveis, motocicletas e transporte coletivo. O pedestre caminhando foi mais eficiente que Uber, táxi e carro particular.

 

Esse cenário demonstra que é necessário começar a se pensar em incentivos para que empresas adotem políticas voltadas a saúde e o meio ambiente, incentivando seus funcionários a deixar o carro mais em casa, e ainda, disponibilizando vestiários e banheiros adequados, o que também poderia representar uma economia com transporte.

 

Lamentavelmente, mesmo com tantas possibilidades, é evidente de que é urgente, necessário e possível diversificar os meios de transporte da população, nada de concreto vindo do Poder Público e nem da população se pode perceber.

 

Numa cidade que anda em descompasso com os meios de transporte sustentáveis, coletivos e que não ocupam espaço, pensar nestas mudanças pode até parecer utopia, mas elas devem ocorrer e não será porque o poder público quer, mas porque a cidade que hoje caminha para o caos, não terá outra saída.