Bicicleta de pedal assistido (elétrica) vence o V Desafio Intermodal 2014
As bicicletas dominam o V Desafio Intermodal em Manaus e mostram suas eficiências nos deslocamentos urbanos.
O Pedala Manaus realizou pelo quinto ano consecutivo o Desafio Intermodal, que é uma avaliação sobre as diferentes formas de deslocamento, a fim de que sejam observadas situações como o tempo de trajeto, entraves e facilidades de cada meio utilizado, bem como sua eficiência (mais rápido, mais barato, menos poluente).
O desafio pretende também mostrar as diversas possibilidades de se locomover nos centros urbanos, a eficiência sustentável de cada deslocamento, além de analisar o desempenho do transporte público. O objetivo é despertar a atenção da sociedade para maneiras de transporte mais eficientes que a de automóvel. Não só em relação à poluição, saúde e interação com a cidade, mas, também à rapidez.
O Desafio Intermodal não se caracteriza como uma competição, mas sim um estudo sobre formas de deslocamento, por isso o trajeto deve ser feito na velocidade comum do cotidiano. Todos tem que respeitar as leis de trânsito e as regras de segurança do meio de transporte que usarem, saindo ao mesmo tempo de um mesmo local na hora do rush e chegando a um destino comum. Este ano o desafio aconteceu no dia 25 de setembro e fez parte da programação da Semana da Mobilidade Urbana que também é promovida pelo Pedala Manaus desde 2010.
Os modais, a rota e as avaliações
Os modais escolhidos este ano para o desafio foram a pé, skate, patins, bicicleta pedal assistido, bicicleta masculina, bicicleta feminina, moto, moto-táxi, automóvel particular, táxi e ônibus e o percurso definido entre a Universidade Federal do Amazonas – UFAM e o Shopping Uai São José, totalizando aproximadamente seis quilômetros com cada modal escolhendo o caminho que fosse mais conveniente (vias rápidas ou acalmadas).
O desempenho e eficiência de cada modal foram medidos pelo tempo gasto para se chegar ao destino final, o custo financeiro, ruído gerado e quilos de gás carbônico emitidos em seu trajeto. Ou seja, além da rapidez, os impactos monetários e ambientais também foram avaliados.
Todos os desafiantes saíram ao mesmo tempo, começaram o trajeto a pé e se dirigiram ao respectivo meio de transporte. No ponto final foi preciso estacionar regularmente o veículo que estavam utilizando e dirigir-se à tenda da organização para registrar o tempo gasto na viagem e responder a um questionário de avaliação de cada modal.
O Desafio Intermodal contou com 11 participantes, representando sete diferentes meios de transporte terrestre, sendo eles apresentados abaixo, junto ao seu número de participantes:
Análise dos Resultados
Foram computados os dados de tempo de deslocamento, velocidade média, ruídos, números estimados de emissão de poluentes e despesas com a viagem. Para efeitos de cálculo, a distância percorrida por todos os modais foi igualada em 6 km, que corresponde à distância do percurso do desafio estipulada pela organização.
Os custos foram calculados de acordo com que foi gasto na viagem, pelos desafiantes, com o respectivo modal. Na data do desafio, o preço das passagens de ônibus era de R$2,75 e o preço médio da gasolina era de R$3,30. Não foram considerados custos de aquisição, depreciação, manutenção, estacionamento ou outros possíveis.
Resultados
Foi utilizada uma variação da metodologia da ONG CicloUrbano de Aracajú para avaliações objetiva e subjetiva dos resultados, feitas de maneira a ordenar todos os critérios numa escala de pontos, com a totalização de cada um deles e uma média para se chegar ao resultado final.
Para cada critério avaliado, o primeiro colocado somou o número de pontos igual ao da quantidade de participantes, que nesse desafio foi 11. Para cada posição abaixo a pontuação foi obtida atribuindo o valor total de participantes menos os que chegaram antes. Ou seja, para o segundo foram 10 pontos, nove para o terceiro, oito para o quarto, e assim sucessivamente. Por serem 11 meios de transporte, a avaliação foi realizada utilizando notas de um (pior nota) a 11 (melhor nota). Quando houve empate os modais obtiveram a mesma nota. Neste caso, a nota do modal seguinte não foi dada em função do próximo número da sequência numérica, mas descontando o número de modais que empataram.
Os resultados subjetivos do desafio foram baseados nas percepções de cada participante somente durante o percurso realizado e que podem ser utilizados como referência em futuras avaliações. Os dados foram obtidos através de questionário submetido aos participantes logo após a chegada a fim de capturar a percepção individual de todos. No questionário, foram atribuídas notas de um (muito insatisfeito) a cinco (muito satisfeito) para critérios relacionados a viagem, infraestrutura e condições de trânsito.
Somando as notas obtidas na avaliação objetiva aos resultados subjetivos, tivemos como resultado final a BICICLETA COM PEDAL ASSISTIDO (elétrica) com a grande vencedora do V Desafio Intermodal, seguida das bicicletas normais na segunda e terceira colocações.
Conclusões
Neste ano tivemos alguns resultados surpreendentes. Foi a primeira participação de uma bicicleta elétrica e esta já começou ganhando o desafio. 
Também tivemos pela primeira vez a participação de um vereador da Câmara Municipal da Manaus, que mesmo não concorrendo a nada, se dispôs a participar para entender melhor as dificuldades dos usuários do transporte coletivo. Outra surpresa foi a colocação dos automóveis. Por termos iniciado o desafio com atraso e escapando do horário do rush, o automóvel e o táxi tiveram resultados bastante diferentes dos anos anteriores (antepenúltimos colocados em 2013) e ficaram bem colocados quando se avaliou apenas o tempo de trajeto. O detalhe do atraso é que o mesmo se deu por conta do engarrafamento que alguns competidores enfrentaram para chegar até o ponto da largada.
Quando se avaliou os demais critérios, fica clara a vantagem dos modais a propulsão humana, destacando-se as bicicletas, que ocuparam as três primeiras posições, com pedestre logo em seguida. A bicicleta também foi a vencedora quando observam-se apenas os critérios objetivos ou os subjetivos.
O resultado do Desafio Intermodal mostra claramente as vantagens e desvantagens de cada modal. Nota-se, por exemplo, que o carro, mesmo trafegando em horário mais tranquilo, não é a melhor opção de deslocamento urbano. O ônibus e as calçadas também foram mal avaliados, principalmente nos quesitos conforto e infraestrutura. Na ponta de cima da tabela, as bicicletas consideradas inviáveis pelos nossos gestores públicos locais, aparecem como as mais eficientes e econômicas.
Estes dados podem auxiliar o poder público a rever suas politicas de investimentos em mobilidade urbana, e focar as ações na melhoria das calçadas, do transporte público e em infraestrutura para bicicletas e não priorizar e incentivar o transporte individual motorizado, que é mais poluente, requer altos investimentos e faz as pessoas passarem mais tempo presas no trânsito.
Agradecimentos
O V Desafio Intermodal só foi possível devido ao trabalho voluntário de muitas pessoas. Todos os participantes toparam apoiar o desafio e contribuir para um trânsito melhor. Nosso muito obrigado também a ALFAMA e a POWERADE, que mais uma vez demostraram ser grandes parceiros em nossas ações. O Pedala Manaus e a cidade agradecem!
Participantes do V Desafio Intermodal
Neyliandra Lavareda
Marco Antônio Reis
Tiago Normando
Vereador Prof. Bibiano
Elcio Oliveira
Jorge Mojica Aguirre
Mariléia Seixas
Jonas Junior
Israel Oliveira
Davidson Moura
Paulo Aguiar
Eliza Carneiro
Cizinando Cruz
Sidney Andrade
Nádia Aguiar
Prof. Geraldo Alves
Claudia Oliveira
Welby Barros
Silvia Ballan
Isaac Ferreira
